25 abril 2018

Parei para Assistir: Moonlight - Sob a Luz do Luar

Data de lançamento: 24 de Fevereiro de 2017 (Brasil)
Direção: Barry Jenkins
Gênero: Drama
Duração: 1h 55m
Elenco: Mahershala Ali, Trevante Rhodes, Ashton Sanders, Alex R. Hibbert


SINOPSE: Uma história atemporal de relações humanas e autoconhecimento, o drama Moonlight narra a vida de um jovem afro-americano desde a infância até a vida adulta e a luta dele para encontrar seu lugar no mundo enquanto cresce em um bairro violento de Miami.



-TRAILER-



Chiron é um menino triste, introspectivo e muito quieto, ele vive em uma casa simples com sua mãe em um bairro violento de Miami. Ele parece não ter pai, pois em nenhum momento seu nome é mencionado no filme.


Em uma certa manhã seus caminhos se cruzam com os do traficante de drogas, Juan, já que após ser perseguido por alguns meninos da escola e se esconder em uma casa abandonada próxima à boca de fumo controlada por Juan ele recebe ajuda do traficante. 

Deste momento em diante nasce uma bonita e sincera amizade entre ambos. Porém a mãe de Chiron não vê com bons olhos a aproximação entre eles e tenta impedir que seu filho e Juan sejam amigos, todavia é justamente por causa dela que o menino passa a procurar cada vez mais estar na companhia de Juan, já que  é sempre muito bem  tratado e acolhido por ele e sua namorada, Teresa.

Juan e Chiron tornam-se inseparáveis e a amizade é tanta que o traficante decide ensiná-lo a nadar. E com toda a paciência e tranquilidade o leva para o mar e vibra com ele quando percebe que o menino está nadando. Essa com certeza foi uma das cenas mais bonitas e marcantes de todo o filme para mim.

Chiron é um menino imensamente triste, ele parece carregar uma gama enorme de sofrimento não só por causa da condição em que sua mãe se encontra, mas também por conta de sofrer bullying constantemente por parte de alunos da escola onde estuda. Ele é diariamente atacado e xingado de 'bicha' por esses garotos e em um certo dia ele questiona Juan sobre o significado dessa palavra, e mesmo constrangido Juan lhe explica e após saber o que essa palavra quer dizer Chiron fica ainda mais triste, pois ele parece não saber se realmente gosta de meninos.

A relação dos dois é tão inacreditável, mas ao mesmo tempo é tão bonita que foi o que mais chamou minha atenção na história, além é claro do sofrimento latente do menino por ver sua mãe naquela situação deplorável e triste, e ainda por cima sofrer bullying por parte dos outros garotos de sua idade e isso se arrastar ao longo de sua adolescência.


"Chega uma hora em que precisa decidir quem vai ser.
 Não pode deixar ninguém decidir isso por você."



O tempo passa e mostra um Chiron crescido, mas ainda assim com um olhar tão carregado de dor e tristeza que chega dar vontade de chorar. Sua vida ao invés de melhorar só piorou, pois sua mãe está mais viciada do que nunca, se é que isso é possível e o bullying parece estar longe de acabar.

Em mais uma das noites em que é expulso de casa pela mãe Chiron encontra Kevin, um amigo de infância e colega de turma na praia, os dois começam a conversar e aí ele viverá uma experiência que o marcará por toda a sua vida.

Depois de tanto sofrer calado as humilhações e xingamentos por parte dos mesmos garotos de sua infância Chiron decide reagir, só que as coisas não acabam muito bem para o seu lado e ele é mandado para uma prisão em Atlanta e lá ele inicia sua vida no tráfico, seguindo os passos de seu amigo, Juan.

Dez anos depois seus caminhos se cruzarão novamente com os de Kevin, o único amigo que teve em sua infância e adolescência e aí ele perceberá que o que esteve buscando e procurando em toda a sua vida é justamente seu lugar no mundo e onde ele se encaixa.

Há bastante tempo que eu queria assistir esse filme, pois ele estava já há algum tempo em minha lista, porém, eu sempre ficava protelando. Mas decidi que era hora de assistir e assim o fiz. Não sei vocês, mas eu sinceramente não senti toda essa empatia e esse olhar contagiante que o filme recebeu por parte da mídia e da crítica não.

Foi um bom filme, sim, foi. Ele cumpriu seu papel ao passar sua mensagem, sim, cumpriu. No entanto devo dizer que não fiquei nessa mistura de êxtase e frenesi que vi e ouvi na época em que ele foi lançado. Provavelmente eu não entenda muita coisa desse lance de perceber com o olhar dos críticos a mensagem que o filme quis passar e "tals", mas mesmo assim eu gostei da história, de verdade, só não me empolguei tanto assim. Teve algumas cenas bens interessantes, emocionantes e comoventes e por conta disso mesmo é que o filme valeu a pena.

Os atores que interpretaram o Chiron  criança, adolescente e adulto foram impecáveis em suas atuações, gostei imensamente do trabalho deles. Cada um conseguiu passar através do olhar toda a agonia e sofrimento pelo qual o personagem estava vivenciando em seus vários momentos.

O ator que interpreta o traficante eu já conhecia de outros trabalhos e devo dizer que ele atua muitíssimo bem, não à toa que ele ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante. A atriz que interpreta a mãe do Chiron fez tão bem feito seu personagem que por vezes tive vontade de agredi-la, já que senti muita raiva e até ódio por ela.

Bem, por causa de tudo o que eu disse acredito que Moonlight seja um filme que mereça ser visto e apreciado por vocês.  E para aqueles que já assistiram espero que vocês possam me dizer sua opinião sobre o filme e se gostaram ou não.

É sempre um prazer poder falar a respeito daquilo que assisto e leio. Vocês são muito legais comigo, ainda mais quando deixam um comentário falando o que acharam daquilo que escrevi.

Beijos e até breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário